sexta-feira, 28 de maio de 2010

Sua profissão é plantar árvores

Sua profissão é plantar árvores

Autodidata, Flores Welle plantou a primeira semente aos 7 anos

08 de julho de 2009 
A profissão de plantador de árvores, como ele define seu trabalho, começou cedo para o consultor Flores Welle - que traz no próprio nome o gosto por plantas. "Quando tinha sete anos, meu pai me mostrou um punhado de grãos e perguntou o que era. Respondi que era milho, mas a resposta foi negativa. ?São sementes de milho?, ele disse, me explicando que, plantadas, cada uma das sementes daria origem a uma nova planta com outras novas espigas", conta. "Foi esse ato singelo que despertou meu interesse."
Valéria Gonçalvez/AE
Valéria Gonçalvez/AE
PLANTAS NO PRÓPRIO NOME - Flores Welle e seu jequitibá-rosa, que plantou há 32 anos
A partir daí, Welle não parou mais. Autodidata, coletava sementes de todas as árvores que encontrava e plantava. Seu pai, Guilherme Welle, um dos fundadores de Holambra, era professor de botânica e identificava as espécies coletadas pelo filho. "Só de olhar, ele já sabia que árvore era. Imagina um holandês saber, de cor, nomes de espécies nativas do Brasil." Aos 12 anos, Welle plantou 100 mil mudas de ipê roxo. "Lembro que 30 mil plantas vingaram." Na época, vendeu tudo. "Também aprendi a importância de diversificar o plantio, porque muitas pessoas vinham procurar outras espécies, mas eu tinha mudas de uma espécie só."
DE HOBBY A PROFISSÃOAntes dos 18 anos, Welle já era conhecido na região por suas mudas. Por conta própria, coletava as sementes e fazia as mudas em embalagens de óleo recicladas. "Pegava carona para recolher essas embalagens nos postos de gasolina, que jogavam tudo no lixo. Voltava para casa cheio delas."
Ele lembra também quando descobriu que sua vocação tinha virado trabalho. "Quando fui reclamar ao meu pai que não havia recebido o dinheiro por umas mudas vendidas, ele disse: ?O que você faz não é mais hobby, virou profissão?".
O plantador de árvores mora até hoje na casa onde nasceu, em Holambra. No "quintal" da casa, Welle mostra com orgulho um jequitibá-rosa, plantado por ele há 32 anos. "A semente veio de Campinas."
Hoje, Welle contabiliza projetos de reflorestamento em cerca de 30 propriedades em Holambra, além de serviços prestados em sítios em Minas Gerais e em outros municípios de São Paulo. "Mais importante do que a remuneração por esse trabalho é o comprometimento do cliente, é se ele tem amor real à causa. Meu interesse é criar laços com pessoas sérias", diz Welle, que, na falta de reconhecimento profissional para plantador de árvores, se autointitula lavrador ou agricultor.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

JARDIM: CUIDADO AFETO RESPONSABILIDADE


Lembra aquele método infalível que todo mundo aprendeu para entender o milagre da vida de uma planta? Você selecionava a dedo um grão de feijão e o plantava num chumaço de algodão. Pronto. Começava, então, a espera. Dia a dia, acompanhando a saga do grão que escapou de ir para a panela e foi cumprir sua missão de gerar mais feijõezinhos. Quando o caule começava a despontar do chumaço era uma alegria de fazer gosto até no João, aquele do pé de feijão da clássica história infantil. Depois, vinha a primeira folha e mais outra e outra. Os mais sortudos e cuidadosos viram nascer até vagens para depois devorá-las com alegria no almoço.




Nessa brincadeira a gente aprende muito sobre as plantas. E que tal continuar o hábito depois de crescidos e descobrir que, com a jardinagem, também aprendemos muito sobre nós mesmos? Mas deixe o algodão de lado. Agora você pode, e deve, meter a mão na terra, como já faziam os egípcios por volta de 6000 a.C, quando cultivavam as evidências mais antigas que se tem de jardins. Uma longa história, que começa quando o homem passa a produzir alimentos em pomares e decide proteger a área, usando-a também como espaço de lazer. Já o jardim ornamental floresce, pela primeira vez, com os persas. Eles desejavam materializar o Éden na Terra, com plantas que seduzem pelas formas, cores, texturas e perfumes. Pouco a pouco, o jardim das delícias alcançou novas paragens, inclusive no Ocidente, onde foi introduzido pelos romanos.



No Brasil, os jardins demoraram a chegar. Nem mesmo a expansão marítima foi capaz de trazer esse costume milenar para terras tupiniquins. Se os índios tinham a natureza toda, para que iriam querer um jardim? Os jardins só chegaram ao Brasil com dom João VI, no início do século XIX. Ele criou o Jardim Botânico do Rio de Janeiro, um projeto neoclássico executado por artistas franceses, diz o professor de história dos jardins da Escola Municipal de Paisagismo, no Parque Ibirapuera, em São Paulo, Marco Antônio Braga. E cabe a nós continuar essa trajetória que atravessou os tempos e os estilos na incessante busca de um maior contato com a natureza.



Jardim de afetos

A primeira vantagem de cuidar de um jardim é ampliar a relação com o mundo natural. Nem é preciso dizer que isso traz um grande bem-estar. Seja no quintal de casa, na floreira do escritório, no canteiro da praça ou no canto do parque. O prazer de mexer com as plantas começa pelo fato de colocar você para fora de casa, bem ali, entre o céu e a terra, sujeito a pegar chuva, corar no sol e sentir uma brisa no rosto, como um presente depois do exercício que é regar aqui e podar acolá. Exercício, sim, de até doer os músculos se a carga for de muitas horas. Mas aquele dolorido que compensa quando se abre a primeira flor para lembrâ-lo que tudo tem seu tempo.



Não adianta querer correr,a natureza tem um ritmo próprio. Tem que aprender a ter paciência para que as coisas aconteçam em seu ciclo natural. A jardinagem nos coloca de volta no ritmo da natureza, é o retorno com a terra, diz a coordenadora de cursos da Escola Municipal de Paisagismo, em São Paulo, Sandra Stahlhauer. Assim, você desacelera e passa a notar os fenômenos mais básicos da natureza, antes despercebidos. Pense bem: quando é que a chuva afeta você? Quando você está a pé na rua prestes a ser encharcado ou vai pegar o maior trânsito na saída do trabalho, diga a verdade. E se o tempo está muito seco? Talvez seja preciso duas marias-sem-vergonha murchas na cerca para perceber que você e elas necessitam de água em dose extra. O contrário também é válido. Se na sua cidade está fazendo um baita calor e você está quase derretendo, por que cargas dágua suas plantas, que são seres vivos como todos nós, também não estariam mortas de sede?



Sim, cuidar de plantas dá trabalho. Mas o bom é que até esse trabalho dá prazer, por mais árduo que seja. A jardinagem é uma atividade que exige concentração, já que você é responsável por uma vida e tem que prestar atenção nos mínimos detalhes para garantir o bem-estar da planta. E ninguém que está ali, cuidando de uma vida, fica pensando no IPTU, na CPI, no caos do trânsito ou no terrorismo. Por conta disso, aquele momento acaba sendo só seu. Ou seja: além de ampliar o contato com a natureza, você fica mais próximo de você mesmo. É como se o mundo à sua volta parasse por instantes para você cuidar de um pedacinho da natureza, para depois contemplá-la. Aproveitar a sombra de uma árvore frondosa, que era apenas uma muda, comer uma frutinha que caiu do pé ou simplesmente apreciar a beleza de uma flor recém-aberta. Quer coisa melhor que perfume de damada- noite e cheiro de terra molhada? E, para isso,nada de ser avarento.Um jardim demanda doação,um pouquinho que seja. Parar de pensar só em si e pensar no outro. Ou pelo menos pensar em si e lembrar do outro. É mais ou menos como ter um animal de estimação ou, guardadas as devidas proporções, um filho.



Diz o ditado que se você conseguir cuidar direitinho por uma semana de uma samambaia e de um cachorro estará pronto para ter um filho.A bióloga Assucena Tupiassu, que carrega esse sonoro nome de flor, recomenda uma camélia, pelo menos, pois samambaia é muito fácil de cuidar. E assim como A recompensa vem quando a planta floresce e fica toda linda, para você exercer seu lado coruja filhos,plantas também devem ser muito bem tratadas, mas nunca mimadas. E o que significa mimar uma planta? Dar água ou adubo demais, por exemplo, pode até matar a coitadinha.Pais superprotetores criam filhos sem imunidade, diz Assucena. Fica o conselho para a prole humana e a vegetal.

PERMACULTURA : O QUE FAZEMOS EM CASA TEM IMPACTO NO MUNDO


Você reparou nas manchetes mais recentes dos jornais? Racionamento de água, poluição, apagão, rodízio de veículos, aumento no preço do petróleo, aquecimento global, queimadas. São problemas que afetam o nosso dia-a-dia e estão conectados com o consumo e hábitos da vida moderna. E, quer saber? Eles começam no seu quintal. No cesto de lixo da sua casa, no porta-malas cheio de sacos de supermercado que você descarrega em casa. Sim, isso tem muito a ver com você. Sua moradia não acaba no muro da sua casa ou na porta do seu apartamento. Ela vai além. Você mora em uma cidade, em um país, neste planeta. E, olhando desse ponto de vista, convenhamos: esse seu quintal anda bem mal cuidado, não?




É assim que sua casa é enxergada pela permacultura, uma filosofia ou ciência criada nos anos 70 pelo australiano Bill Mollison. Sua idéia era criar ambientes humanos sustentáveis, baseados na observação da natureza e na sabedoria contida em sistemas produtivos tradicionais. Ou seja, Bill copiou o que a natureza faz por si só, aliou a isso o que faziam nossos avós (e algumas culturas menos globalizadas), adicionou tecnologias limpas e batizou sua tese de permacultura, que quer dizer cultura permanente, aquela que dura, tem vínculo, ética e harmonia com a terra, que não é descartável, que não é imediata, não é efêmera e, melhor de tudo, não polui.



Mas logo o australiano percebeu que, para que a coisa fosse realmente sustentável, era preciso ir além. De nada adiantaria essa ética de cuidar da Terra sem incluir o cuidado com as pessoas e suas necessidades essenciais. Era preciso enfiar todo mundo na conta. A partir daí, Bill formatou uma série de princípios (leia a lista completa na página ao lado) que valem para todas as relações humanas, seja com outras pessoas ou com o meio ambiente. A espinha dorsal da idéia é uma espécie de avesso da globalização. Em vez de grandes deslocamentos de alimentos, combustíveis e materiais de um lado para o outro, Bill pregava a otimização dos recursos locais, numa lógica claramente preservacionista, pensando sempre nas conseqüências em longo prazo e nas futuras gerações.



O problema é a solução

Eis um resumo do modo de ver da permacultura, nas palavras do arquiteto Marcelo Bueno, diretor do Instituto de Permacultura da Mata Atlântica (Ipema): "O que a permacultura estimula, resumidamente, é um novo estilo de vida, mais simples, mais próximo do natural, com menos consumo e mais auto-suficiência do ser humano. Precisamos diminuir o impacto do ser humano na natureza. Construir sem destruir, resolvendo os problemas localmente, utilizar materiais recicláveis e ecologicamente corretos, economizar energia, consumir objetos que utilizem tecnologias renováveis e tantos outros exemplos".

Marcelo é o que se poderia chamar de um permacultor que faz a lição de casa. O lixo, por exemplo, para ele não é problema. "Separo tudo, vendo uma parte, reutilizo outra. Também procuro produzir o mínimo possível de resíduos, evito saquinhos de supermercado (levo minha própria sacola), vou mais à feira que ao supermercado e tento comprar somente produtos in natura, de preferência orgânicos". No telhado de sua casa, dois sistemas artesanais de energia solar aquecem os banhos: um deles, uma engenhoca com mangueiras pintadas de preto que passam por dentro de um pneu. Toda a água da casa é filtrada com pedras, barro e tanques de água e depois reutilizada para regar seu jardim, que está cheio de plantas comestíveis. Boa parte de sua água ele capta da chuva. Marcelo tem até um banheiro seco, onde o dejeto humano é misturado com serragem e folhas e vira adubo para suas hortaliças. "Não são dejetos humanos, são recursos humanos. Aprendi com a permacultura que podemos transformar nossos problemas em soluções se trabalharmos com eles e não contra eles. Reduzi minha dependência de abastecimento de água, luz e comida e ainda gasto menos dinheiro", diz o arquiteto.



Cada um, cada um

Pois é. Aqui em vida simples a gente sempre tenta ver as coisas pelo lado positivo, mas nesse caso tem uma verdade da qual ninguém escapa: para ter a consciência ambientalmente limpa, é preciso se mexer e dar alguma cota de sacrifício pessoal. Sim, porque não é sustentável esse padrão de conforto desfrutado por você - que tem poder aquisitivo para comprar esta revista - ou eu, desculpe lhe dizer. A conta pelos abusos, como mostram as manchetes, está chegando. E a dívida só tende a aumentar.

A boa notícia (a gente sempre arranja uma, né?) é que existem infinitas formas de ajudar, e certamente haverá uma que lhe agrade. Nem todo mundo se dispõe, como o Marcelo, a transformar sua morada e sua vida em atos conscientes, buscando sustentabilidade. Nesse ponto, a permacultura tem uma vantagem: por partir da observação da natureza, ela busca a solução caso a caso. Cada um deve procurar suas respostas de como diminuir o impacto na natureza no próprio cotidiano. É uma proposta aberta, ou, uma metamorfose ambulante, como diria Raul Seixas (como não citar Raul em um assunto desses?).



"A permacultura não é um saber específico, não criou um caminho, mas jogou luzes nesse caminho. Essas luzes são alguns princípios e atitudes que a permacultura formulou e que podem orientar nossas ações", diz a engenheira agrônoma Cristiana Reis. "Cada, pessoa, clima, comunidade, ou região exige uma resposta diferente. É observar a natureza e praticar, em qualquer lugar que você esteja ou more."

HORTA EM CASA


A TENDÊNCIA MUNDIAL É CADA VEZ MAIS GENTE PLANTANDO ALIMENTOS EM CASA

Universidades e estudiosos respeitáveis garantem que nossas casas ou condomínios, num futuro próximo, recuperarão aquele hábito ancestral da horta e do pomar no fundo do quintal. Isso deu na Time, mas nem precisava dizer, porque está na cara: cada vez mais gente, em todo o mundo, está preocupada com a qualidade dos alimentos. Daí que plantá-los nós mesmos parece idéia bem razoável, ainda mais se considerarmos os aspectos desestressantes da atividade - outra obviedade do tamanho de um bonde.




Claro, já há fornecedores de alimentos orgânicos nos grandes centros, inclusive com entrega domiciliar (lá em casa sempre chega uma simpática mensagem da Carol e da Marina, da Caminho da Roça, informando sobre os produtos da semana). É uma bênção para quem empalidece só de ouvir falar em pôr a mão na terra ou esterco de galinha (se formos buscar alguma mitologia, digamos que entre nós temos agricultores, caçadores, pescadores.). Para os resistentes, serviços como os de Carol e Marina serão a salvação da lavoura.



Mas outro aspecto que precisa ser levado em conta é que no tal do futuro próximo, parece que daqui a uns 15 ou 20 anos, a preocupação com gastos de energia crescerá muito. Então, plantar em casa, além de 100% confiável e bem mais prático, implicará economizarmos recursos naturais e gerar menos impactos, o ambiental e os de qualquer outra ordem. Pare um pouco e pense a respeito do tanto de combustíveis fósseis empregados na agricultura tradicional e mesmo na orgânica - os tratores, os caminhões etc.



Outro indicativo: o fenômeno das ecovilas. Essas comunidades, que crescem em quantidade e variedade conceitual em vários países do mundo, apontam para uma saída de bom senso que poderá garantir o emprego dos futurólogos e resolver nossas expectativas por alimentos mais saudáveis, mais confiáveis.



Ecovilas são, como parecem, comunidades sustentáveis, e muitas delas estão dentro ou bastante próximas de espaços urbanos. Cada qual se forma com um tipo diferente de "cola", ou seja, um motivo que aproxima um determinado número de famílias, um motivo pelo qual todos irão investir ou trabalhar cooperativamente ou solidariamente. Há quem se junte em torno de crenças ou práticas espirituais, alimentação saudável, destinação de lixo, energia limpa etc., ou combinações desses e outros objetivos. Não é de surpreender, mas é significativo: a agricultura orgânica, mãe da alimentação saudável, é a cola que mais aparece nos censos das ecovilas.





Plantando no cimento

Meu vizinho acabou com o quintal dele. O incômodo dos caminhões na porta, trazendo areia e outros materiais, ou a caçamba de entulho encostada na calçada, nada me doeu tanto quanto descobrir que a operação destinava-se a liquidar com a terra da área nos fundos. Onde antes havia um gramado, árvores, arbustos e flores, agora existe uma contínua e inclemente plataforma de cimento, adornada com um sei lá o quê de cerâmica.



Gosto não se discute - ao menos não aqui e agora -, mas drenagem do solo, sim: toda a água que cai na casa dele é devolvida ao sistema público de captação, vai parar nos rios, contribuir com as enchentes. Conto essa história porque muita gente se esquece de pensar nisso na hora H, então decide "valorizar o imóvel". Valorizar? Bem, como aparece em nossa Atitude deste mês (página 50), depende do ponto de vista.



Um dia, lá, meu vizinho provavelmente vai precisar das idéias de Regina e Eduardo Borges, casal de Jundiaí, cidade no entorno da metrópole de São Paulo. Eles moram no centrão e a única área com boa insolação - condição primordial para o desenvolvimento da maioria das plantas - é a laje, lá no alto. A solução foram as bombonas, aqueles barris de plástico azul, que se encontram por aí a 15 ou 20 reais cada um. A técnica consiste em fazer 24 orifícios nas paredes da bombona, depois plantar as mudas nesses buraquinhos.



Segundo Eduardo, naquela laje de apenas 16 metros quadrados, mais que suficiente para sete bombonas de 200 litros, obtém-se produção contínua de verduras e legumes para uma família de seis pessoas (o casal, três filhos e um neto), sem complicação, sem sujeira, nem grandes investimentos. "Na horta tradicional, são neces-sários 10 metros quadrados por pessoa", afirma Eduardo. "Com as bombonas, quase não temos problemas de ervas daninhas, que não encontram espaço para se desenvolver, e esquecemos o que é dor nas costas, mal comum a todos que vivem se abaixando para cuidar das plantas."



Se você estiver realmente pensando em experimentar as bombonas em sua casa (eu vou fazer isso), sugiro com franqueza comprar o manual Horta Vertical Orgânica, que Eduardo e Regina produziram, à venda no site (o serviço em vida simples voltou para o final dos textos). Porque, desde que começaram a desenvolver essa nova tecnologia de plantio em pequenos espaços, eles erraram na quantidade e na dimensão dos orifícios, testaram as espécies que se adaptam melhor à bombona. Enfim, eles já pagaram todos os micos por nós.



Outra boa idéia, como você viu na foto das páginas de abertura da reportagem, é fazer a horta na banheira. Por favor, amigo, leve em conta os gritos de sua mulher e desista de entrar com baldes de terra na suíte do casal! Prefira uma banheira velha, relativamente fácil de achar num ferro velho ou demolição, e instale-a no quintal de casa ou qualquer outra área de excelente insolação.

JARDINS SUSPENSOS


TELHADOS VIVOS DEIXAM CIDADE MAIS VERDE

Faz três meses que a administradora Patrícia Mendes Duarte, de Porto Alegre, dorme debaixo de um gramado. Isso mesmo. A casa dela tem um tipo de telhado que está germinando pelo mundo: os telhados vivos, feitos de uma camada fina de terra e plantas rasteiras. Na Alemanha, 17% das casas já têm a cobertura respirando. Em Tóquio e na Cidade do México, onde verde é coisa rara, o governo dá incentivo fiscal para quem plantar no telhado. No Brasil, coberturas verdes são comuns em prédios, com arbustos e até árvores, que servem de área de lazer. “A diferença é que agora ficou fácil ter um telhado verde e leve em casas comuns cobertas com telha”, diz o engenheiro agrônomo João Manuel Linck Feijó, que há um ano começou a construir em larga escala os telhados ecológicos. As plantas que ele usa são as chamadas suculentas. Capazes de reter água, elas sobrevivem na seca, não exigem irrigação e pedem só uma camada de terra de 5 centímetros. Também não atraem insetos. De longe, o telhado parece um gramado suspenso. De perto, você percebe que as plantas são coloridas. Todo esse conjunto, que sai em média 80 reais o metro quadrado, é instalado sobre telhas onduladas e calhas, evitando infiltração e umidade em casa. “E o telhado ainda é refrescante no verão”, diz Patrícia.




Ecotelhado

Loja de Porto Alegre que faz projetos e instala os telhados verdes em todo o Brasil.

www.ecotelhado.com.br

SENHORES DO DEDO VERDE


Foram mais de 12 mil mudas plantadas. Pau-brasil, ipê, jequitibá, jatobá, pitomba – só para lembrar algumas. Hoje em dia, 15 anos depois, essas pequenas mudas viraram árvores frondosas, que trazem sombra, ar puro e paz para os animais locais (incluindo os humanos). Estamos falando do Costão Leste, parte de um dos principais cartões-postais do Brasil, que foi heroicamente reflorestado por apenas quatro mãos: o Pão de Açúcar. Nóbile, 71 anos, e Satica Bulhões, 66, fi zeram um trabalho de formiguinha. Quando chegaram ali com as primeiras mudas de pau-brasil, foram interpelados por um policial que duvidava que eles conseguissem. “Muitos já tentaram reflorestar isso aqui em vão. Nada cresce mais nesta pedra. Só capim”, disse o policial. “Se eu consegui plantar no sertão, consigo aqui também”, rebateu Nóbile. Ele diz isso porque desde sua infância, no seco agreste baiano, ele já pensava em que tipo de árvore poderia plantar para conseguir sombra. E não é que ele plantava e conseguia? Foi assim, plantando a vida inteira onde quer que fosse – até mesmo na varanda de casa – e pelo puro desejo de deixar mais vida ao planeta, que o casal conseguiu reflorestar uma área de 50 mil m2. Um trabalho voluntário, quase anônimo, que começava antes de o dia clarear e só acabava à noite. E continua até hoje

GRAMA AINDA MAIS VERDE


Deixar os grandes centros urbanos mais arborizados, bonitos e com menos emissão de carbono não é das tarefas mais fáceis. Até porque o cenário que se apresenta é mesmo o de uma verdadeira selva – só que de pedra e concreto. Nesse caso, os telhados verdes, que cobrem com plantas o topo dos edifícios e casas e, assim, melhoram a qualidade do ar, são ótimas opções para tornar os ambientes naturalmente mais frescos e belos. Mas o estúdio de design Kalomix, de Hong Kong, quis deixar essa ideia ainda mais inovadora. Sua última invenção é o Green Puzzle, um tapete móvel munido de painéis solares flexíveis em formato de folhas e que também permite plantar grama de verdade. Além de não requerer nenhuma obra faraônica – é só montar os tapetes e pronto! –, os painéis solares captam a luz do Sol e a transforma em eletricidade para abastecer os próprios edifícios. Já a grama captura o gás carbônico e produz oxigênio, filtrando o ar poluído. E ainda para quem quiser dar uma voltinha pelo telhado, os designers projetaram uma superfície macia – pronta para massagear pés cansados.


www.kalomix.com

CONSCIÊNCIA VERDE


Gary Snyder foi um dos principais gurus da geração beat, movimento de contracultura que marcou os Estados Unidos a partir da década de 1960. A vanguarda comportamental continuaria após os encontros com o budismo e com a cultura indígena ­ descobertas que deram nova direção aos projetos desse poeta e ecologista, hoje voz da luta ecológica e ativista na busca por um mundo sustentável.




Em seus livros e palestras, Snyder alerta sobre a necessidade de restaurarmos o mundo natural do qual nos afastamos. O poeta vive com sua mulher em uma floresta nas montanhas de Serra Nevada, no norte da Califórnia. O casal partilha, entre outras coisas, a paixão pela natureza. Na construção da casa, erguida 35 anos atrás, os dois utilizaram troncos e pedras encontrados na região. “Trabalho a terra com minhas mãos, minha mente e meu coração diariamente”, conta Snyder.



No momento trabalha em seu novo livro,De Volta ao Fogo, sobre espiritualidade, literatura e ecologia. E afirma, categoricamente, que não precisa de muito para viver: “A vida junto à natureza me ensinou que felicidade é ter poucas necessidades, velhos amigos e uma respiração profunda, e que a essência do amor está nos bons olhares, nas palavras calmas e na compreensão profunda e silenciosa da vida”.



O que é consciência ecológica para você?

O termo “consciência social” surgiu da preocupação com a saúde e a justiça da humanidade. Precisamos, de fato, nos preocupar com as desigualdades da nossa ordem social e com o sofrimento de alguns de nossos irmãos. Já a consciência ecológica é a preocupação com todos os seres,todas as espécies,todosos habitats e ecossistemas complexos que constituem o mundo orgânico. A consciência ecológica é a extensão de uma preocupação moral que vai além das estreitas fronteiras humanas.



E de onde vem essa sua idéia de êxodo urbano? O campo está preparado para receber as pessoas de volta?

Chamei isso de re-habitação, um conceito que, às vezes, eu mesmo acho que parece ficção científica. Mas, quando olho para a realidade ao meu redor, sinto que meu raciocínio faz sentido: caminhando nesse ritmo, haverá um tempo futuro em que seremos obrigados, por causa do colapso ambiental, a deixar as cidades e os subúrbios, voltando para os campos.As pessoas vão voltar a viver com simplicidade e ecologicamente, desenvolvendo uma intenção sincera de estar ali por muitos milhares de anos, mantendo práticas verdes e sustentáveis.



Enquanto isso não acontece, como conseguir viver bem e aliviar a tensão típica de quem mora nos grandes centros?

Não assista a tantos programas de televisão, coma alimentos saudáveis, durma bem, acorde cedo, respire profundamente, faça exercícios, medite, cuide das necessidades da sua família, dê atenção aos seus amigos e a todas as pessoas. Olhe mais para o céu e para as águas correntes, escute os insetos e os pássaros e agradeça ao universo visível e invisível, sempre. Já é um bom começo. É importante lembrar também que cidades são apenas grandes vilarejos próximos de rios ou de mares. Precisamos amá-las mais.



Mas e quanto ao ambiente em si, não há nada que possamos fazer para tentar evitar esse colapso que você cita?

Claro que há. Uma boa arquitetura urbana, por exemplo, pode fazer uma grande diferença ­ de preferência, se ela estiver aliada a um planejamento urbano verde. Eu ganhei um vídeo sobre a cidade brasileira de Curitiba, onde parece que as pessoas deram alguns passos na direção de tornar a cidade melhor para se morar.



E hoje em dia, mesmo uma pessoa acostumada ao conforto das grandes cidades conseguiria se adaptar ao campo? Não existe o risco de devastação das paisagens naturais caso esse retorno bucólico ocorra?

É tudo conciliável.Graças à tecnologia e ao conhecimento de que dispomos atualmente, é possível viver com conforto e sem agredir tanto a natureza. Veja o nosso caso: vivemos num lugar ermo, onde não há rede elétrica. Então dependemos de painéis solares, grandes baterias e um gerador para fornecer a eletricidade, recurso que aprendemos a não desperdiçar ­ nunca deixamos uma luz acesa à toa, mesmo as crianças agem assim, espontaneamente. Não usamos ar-condicionado, esquentamos nossa casa com lenha, recolhida do chão da floresta. Usamos roupas quentes no inverno e quase nenhuma roupa exceto colares de contas e brincos no verão.



Mas há espaço para esse estilo de vida? As pessoas estão interessadas em viver de forma tão diferente?

Sinceramente, acredito que sim. Sou constantemente convidado a dar palestras sobre questões ambientais: falo de florestas, vida selvagem, e também sobre as grandes questões das economias globalizadas e o imperialismo do mundo desenvolvido. Defendo a sobrevivência das culturas indígenas em todos os lugares ­ povos que mantêm o estilo de vida que considero adequado.Aproveito essas ocasiões para mostrar que nossa preocupação ética não pode ficar limitada aos seres humanos, mas deve ser estendida a todas as espécies. O princípio judaico-cristão “não matarás” apenas se refere aos seres humanos. Está na hora de englobar a natureza.



Você também teve contato com o xamanismo e com plantas de poder. O que essas experiências lhe ensinaram sobre a natureza?

Tive algumas experiências com xamanismo em Turtle Island, onde conheci um guia em experiências espirituais. Experimentei o cogumelo psilocybe e o cacto peyote. As plantas de poder foram sempre muito instrutivas. O que quer que sejam em seus caminhos complexos, mostraram verdades escondidas dentro de mim.



Para saber mais

Livro:

• Re-Habitar, Gary Snyder, Azougue

GUERRILHA VERDE


Guerrilha Gardening


Comunidade on-line do primeiro projeto de guerrilha verde, onde há um blog com o relato dos "atos terroristas", dicas de plantio, algumas regras básicas e um fórum para troca de informações. www.guerrillagardening.org



Guerrilla Gardners

Versão canadense dos guerrilheiros de jardim. www.publicspace.ca/gardeners.htm



Primal Seeds

Site voltado à discussão sobre biodiversidade e controle de sementes, que também aderiu ao movimento. www.primalseeds.org/guerrilla.htm



Guerrilla Gardening - Wikipedia

Uma definição colaborativa deste novo movimento. en.wikipedia.org/wiki/Guerrilla_gardening



Revista Vida Simples

Aqui você relê a matéria "Minha Rua, Minha Casa", que em maio de 2004 já falava sobre a adoção e revitalização de praças e vias públicas. vidasimples.abril.com.br/edicoes/016/04.shtml



Serviços Públicos

• Estado SP

Parceria Público-Privada

www6.senado.gov.br/legislacao/ListaPublicacoes.action?id=240360



• São Paulo, capital

Adote Uma Praça

www.prefeitura.sp.gov.br/portal/a_cidade/noticias/audio/index.php?p=7349



• Porto Alegre

Adote Uma Praça

www2.portoalegre.rs.gov.br/smam/default.php?p_secao=34



• Rio de Janeiro

Programa Voluntários Por Natureza

www.rio.rj.gov.br



• Curitiba

Plantio de Flores e Árvores

www.curitiba.pr.gov.br/Secretaria.aspx?o=5



• Petrolina e Belo Horizonte

Projeto Adote o Verde

cidadesdobrasil.com.br/cgi-cn/news.cgi?cl=099105100097100101098114&arecod=17&newcod=525



Projeto 21 - A responsabilidade Social das Empresas

notitia.truenet.com.br/desafio21/newstorm.notitia.apresentacao.ServletDeNoticia?codigoDaNoticia=296&dataDoJornal=atual

Flores em você


O deserto e o seu contrário não estão só na paisagem

“Venha morar junto a um oásis”, convida o folheto de propaganda, ilustrado com o desenho de um prédio residencial de uns 20 andares diante da foto de algumas árvores frondosas e floridas.Aos poucos, reconheço as quaresmeiras, jacarandás e palmeiras em torno de uma majestosa sibipiruna. Salvo algumas imprecisões do desenho, são as mesmas que estão nas calçadas e quintais da casa onde moro e das casas vizinhas. É um tanto estranho ver sua rua ser reconhecida, oferecida e vendida como um oásis. Há uma sensação de perda que, felizmente, desaparece quando penso que seria uma bobagem acreditar que a rua fosse “minha”. Seria apenas uma ilusão neste mundo impermanente e nesta cidade em constante mutação. A torre desenhada no papel foi erguida do outro lado da rua, diante do portão por onde entro e saio todos os dias, ocupando os terrenos de sete casas construídas desde os anos 60. Sobre o mesmo chão,moram agora três vezes mais famílias. Depois da surpresa inicial, do desconforto durante as obras e do necessário desapego, estamos felizes por compartilhar o oásis. Convivemos muito bem com o edifício vizinho, para onde, aliás, mudaram-se alguns amigos. Do terreno onde ele foi construído, mudaram- se outros, como Dirce e Natanael, que nos deixaram suas roseiras, agora replantadas em nosso jardim caipira.
Algumas das árvores mostradas no folheto ainda existem graças aos cuidados pessoais e à inspiração de um artista que durante décadas providenciava para que os passarinhos encontrassem nelas seu suprimento diário de frutas, cortadas na metade e presas aos galhos. Aldemir Martins costumava desenhar esses pássaros, ainda que não tão freqüentemente quanto os gatos. A sibipiruna que faz sombra no meu quintal fica junto ao ateliê onde ele trabalhou diariamente durante mais de 30 anos. Aldemir se foi. Ou, melhor, não se foi, ficou no que fez e no que inspirou. Está aí, nos pássaros, pintados ou reais. Aldemir era capaz de manter um oásis em torno de si próprio, estivesse onde estivesse. Talvez esteja aí uma virtude essencial nesta caótica vida urbana, a capacidade de transformar em melhor lugar do mundo qualquer lugar onde se esteja, apenas com sua presença, seja onde for. Isso vale para o que é denso, como plantas, paredes e tetos  e mais ainda para o que é sutil, como a atitude e a convivência que influencia, nutre e constrói. É algo que se projeta internamente e que repercute no entorno.
“Deve ter alamedas verdes a cidade dos meus amores”, canta Chico na voz de bichos e crianças em “A Cidade Ideal”. Para encontrar um oásis nesta cidade tantas vezes cruel, há que enxergá-la com olhos de quem ama. Quem busca um oásis será capaz de reconhecê-lo quando o encontrar. A pessoa que percebe o deserto, que decide não fazer parte dele e assim ser ela mesma uma oposição à aridez identificará o oásis naturalmente. Há que nutrir os oásis e preservá- los, seja dentro de nós mesmos, seja nas poucas árvores que ainda restam nas enormes cidades calçadas.


Caco de Paula é jornalista e mora em São Paulo, cidade que tem muito mais oásis do que pode parecer. homemdebem@abril.com.br

Seu flores



Das suas mãos nasceram mais 200 mil árvores e hoje, aos 54 anos, já reflorestou grande parte da sua cidade, Holambra, no interior de São Paulo. O consultor Flores Welle, mais conhecido como Seu Flores, tem uma empresa de reflorestamento e é responsável pela recuperação da mata nativa e ciliar em dezenas de propriedades agrícolas.


por Márcia Bindo


O sr. acaba de percorrer 7 mil quilômetros no estado de São Paulo só para fotografar árvores. O que viu na viagem?A dedicação de muitas pessoas, algumas delas com 70, 80 anos, completamente direcionadas ao replantio de árvores, colheita de mudas ou de informações sobre o assunto. Mas também percorri mais de 2 mil quilômetros em terras devastadas pelo plantio da cana-de-açúcar. Nessas regiões, consegui detectar apenas três árvores, repito, apenas três árvores que mereciam ser fotografadas.
O que faz alguém amar tanto as árvores?No meu caso, foi o amor do meu pai pela natureza. Ele foi um dos fundadores de Holambra, era um holandês professor de botânica e me ensinou a reconhecer árvores, sementes, tempos e cuidados no plantio. Hoje, aqui na cidade, temos uma visão mais harmônica com relação à natureza por causa de pessoas exemplares como ele. E outros grupos de pessoas procuram manter essa tradição e ensinar esse amor. O que uma pessoa que vive na cidade.
pode fazer para estimular o plantio de árvores?Exitem cursos de jardinagem, e eu mesmo indico agricultores que doam mudas de graça e que compartilham sementes de árvores. É só entrar em contato comigo no
e-mail: floreswelle@yahoo.com.br .

Transforme seu quintal numa festa para a passarada

Saiba como fazer comedouros e quais são as árvores frutíferas que atraem os pássaros

Árvores frutíferas e algumas das espécies de pássaros que atraem:

Acerola: árvore pequena, atrai sanhaços, saíras, sabiás
Abacateiro: árvore grande, atrai sabiás, sanhaços, jacus, pica-paus
Amoreira: árvore pequena, atrai sabiás, sanhaços, bem-te-vis, saíras
Bananeira: árvore grande, atrai tico-ticos, sanhaços, sabiás, saíras
Cajueiro: árvore média, atrai sabiás, sanhaços, saíras, periquitos, papagaios
Caquizeiro: árvore grande, atrai saíras, sabiás, bem-te-vis
Figueira: árvore grande, atrai tucanos, periquitos, jacus tico-ticos, tangarás
Gabirobeira: árvore grande (frutos amarelos), atrai sanhaços, sabiás, saíras
Goiabeira: árvore média, atrai periquitos, sanhaços, sabiás, tiés, saíras
Jabuticabeira: árvore média, atrai periquitos, sanhaços, saíras, sabiás
Mamoeiro: árvore pequena, atrai tucanos, sabiás, sanhaços, pica-paus
Pitangueira: árvore média, atrai sabiás, bem-te-vis, jacus, saíras, arapongas
Comedouro para pássaros
10 dicas para conquistar a passarada:

1 - Instale a bandeja do comedouro em altura suficiente para que não possa ser acessada por intrusos como cães, gatos e outros.

2 - É interessante escolher um local próximo a uma árvore para que os pássaros tenham sombra e também um ponto de apoio e abrigo.

3 - Água, arroz, migalhas de pão, sementes e frutas podem fazer parte do cardápio. Abacate, mamão, banana e goiaba estão entre as frutas mais apreciadas.

4 - Uma vez iniciada, a prática de oferecer alimentos não deve ser interrompida abruptamente. Principalmente nas cidades, os visitantes se acostumam com o alimento fácil à disposição e podem sofrer com a falta.

5 - Higienizar bem o comedouro e eventuais recipientes é muito importante. As garrafinhas com água e açúcar para atrair beija-flores exigem atenção especial. A falta de limpeza adequada pode favorecer a concentração de fungos e bactérias que infeccionam a língua do beija-flor e podem causar a morte do pássaro. É preciso lavar o bebedouro uma vez por semana usando uma mistura de água e cloro, além de trocar a água diariamente.
Plantio de espécies atraentes:

6 - Ter um quintal ou mesmo um canteiro em um edifício já é o suficiente para plantar uma árvore frutífera que vai atrair os pássaros. Pitangueira, abacateiro, goiabeira, ameixeira, amoreira são algumas boas opções.

7 - Mesmo a varanda de um apartamento pode ser um espaço propício para a visita de pássaros. A dica é ter um arbusto frutífero ou florífero em um vaso.

8 - Beija-flores gostam de espécies floríferas como escova-de-garrafa (Callistemon viminallis), grevílea-anã (Grevillea- banksii), ipê (Tabebuia spp.), sanquésia (Sanchezia nobilis), entre outras.

9 - Uma grevílea-anã (Grevillea- banksii) em flor corresponde ao mesmo que uma garrafinha de água com açúcar por dia. Generosa, ela floresce quase o ano todo.

10 - A arborização de parques, avenidas e jardins públicos pode ser feita com espécies que atraem os pássaros, como é o caso das árvores frutíferas. Cada um pode tentar influenciar no destino da vizinhança e do bairro para transformar a cidade em um ambiente mais amigo dos pássaros.

terça-feira, 25 de maio de 2010

MINHA RUA, MINHA CASA

Atenção e vontade. É o que basta para deixar a praça ou a calçada mais alegre, mais bonita, mais humana. No final, todo mundo ganha

por Roberta De Lucca


Há 40 anos, quando se mudou com a mulher para o bairro paulistano da Mooca, Aldo D'Angelo achou que faltava vida na sua nova rua. As únicas quatro casas que haviam ali ficavam de frente para um morro poeirento e cheio de mato, uma vista desolada. Não demorou para o engajado Aldo pedir para a prefeitura construir uma praça no lugar da elevação. Junto com os técnicos, desenvolveu o projeto da área verde e, desde que a praça existe, ele é responsável por sua conservação. Há quatro décadas. Dito assim, parece muito tempo e muito trabalho, mas ele tirou bastante proveito da mudança na paisagem.

Para Aldo, e para tantos outros cidadãos que se dedicam a cuidar do entorno de sua casa, é importante ter uma rua tão agradável quanto a própria sala de visitas. Gente como Aldo acredita que conservar a rua é uma contribuição razoável para melhorar a qualidade de vida nas cidades. Eles não se preocupam em saber se, em cidades como São Paulo, Belo Horizonte, Curitiba e Porto Alegre, por exemplo, leis municipais os obrigam a cuidar da calçada. Eles simplesmente abrem o portão e agem. "Embora a rua seja pública, o proprietário responde pela conservação da calçada. Quem vê isso com bons olhos tem uma ótima oportunidade de cuidar da sua rua", afirma Regina Monteiro, urbanista e diretora-executiva do Movimento Defenda São Paulo. O que Regina quer dizer é o seguinte: em vez de torcer o nariz, achando que é dever da prefeitura conservar a rua, cada cidadão pode transformar essa obrigação em benefício não só para a sua própria rua, mas para o bairro.

É verdade que as prefeituras têm regras que impedem algumas idéias, mas elas também oferecem soluções, pessoal especializado e até dão uma boa força para quem se interessa em ajudar. Quer ver?

A praça é nossa Em 2001, a Associação de Moradores e Comerciantes da rua Mateus Grou, no bairro paulistano de Pinheiros, reurbanizou a área sob um viaduto que cobre um trecho da rua. Os sem-teto que viviam ali foram transferidos para asilos, o lixo foi retirado e grandes floreiras preencheram o espaço vazio. Um ano depois, a associação conseguiu da prefeitura o direito de explorar um terreno baldio na mesma rua. "O local tinha de tudo: vestiário de construtora, bar clandestino, barraco de posseiro e até ponto de drogas", diz o presidente da associação, Luís Eugênio de Mello Dall'Olio. Hoje, a área de 900 metros quadrados virou uma bela praça. Tem grama, árvores, plantas, bancos, playground e quadras poliesportivas. O espaço foi construído na base do entusiasmo e da perseverança de gente como Luís e de membros da associação, que buscaram na iniciativa privada o dinheiro para a obra. A atmosfera da vizinhança mudou. "Eu tinha vergonha de falar onde morava. Hoje tenho orgulho", afirma Daisy de Paula Tricca, conselheira da associação. Tudo bem, talvez você não tenha disposição para construir uma praça do nada, mas pode adotar uma. Em cidades como São Paulo e Belo Horizonte, as prefeituras permitem que o cidadão seja responsável pela conservação desse tipo de espaço público. "Empresas ou pessoas físicas podem cuidar de uma praça. Basta entrar com o pedido na prefeitura ou subprefeitura", afirma a urbanista Regina Monteiro, de São Paulo. Aldo, por exemplo, não cuida sozinho de sua praça, quer dizer, da Praça Padre Mário Fontana. Ele faz parte de uma cooperativa, ainda que informal. "A cada dois meses chamamos uma paisagista e ela deixa tudo bem bonito. É o 'dia da noiva' da nossa praça." Os custos são rateados entre os moradores.

Dependendo do estado da praça, a adoção é dispendiosa, mas compensa. "A satisfação pessoal de se envolver num projeto desses não tem preço", diz Cleito Christovam Natali, presidente da Aprace (Associação dos Amigos das Praças da Rua Curitiba e Entorno), também em São Paulo. Em março, começaram as obras de reurbanização de 7 mil metros quadrados de duas praças do bairro paulistano de Vila Mariana, administradas pela Aprace. A reforma vai custar nada menos que 250 mil reais e será paga pelos associados. "Estou com 82 anos e esta cidade me deu muita coisa. Agora retribuo, dando um pouco do que ganhei aos moradores e às futuras gerações", afirma Cleito.

Se cuidar de uma praça é trabalhoso e dispendioso, uma alternativa é doar brinquedos para fazer um playground. Você faz a solicitação junto à prefeitura ou subprefeitura do seu bairro e a autorização sai após a análise do local. Os brinquedos, claro, precisam atender às normas municipais, por uma questão de segurança. Depois de instalados, passam a ser patrimônio público, mas é você quem tem que conservá-los e nunca poderá retirá-los da praça, nem reclamar com alguém que quebrou um brinquedo.

Plante uma idéia Sua rua não tem praça? Tudo bem. Tem muita coisa bacana para fazer. Calçada verde, por exemplo, que é bonita e ainda reduz a impermeabilização do solo da cidade. Outras opções são canteiros junto ao muro, com arbustos, para criar uma cerca viva, um painel verde. Enfeite com flores e plantas de folhagem colorida. Próximo ao meio-fio, plante árvores, mas cuidado. Espécies que crescem muito podem prejudicar a rede elétrica e as que criam raízes profundas podem interferir na rede de água e esgotos - além de estragar o piso da calçada. Então, antes, contate a prefeitura para saber o que plantar e se é permitido plantar (veja dicas de plantas, flores e árvores no quadro da página 59). As casas de muro baixo são perfeitas para as pessoas integrarem sua moradia à calçada. "No jardim, os moradores podem colocar casinhas de passarinho com alpiste ou frutas para atrair aves ou plantar espécies frutíferas. Numa árvore grande, por que não colocar um balanço?", sugere a urbanista Regina Monteiro. Ela ainda completa dando uma bacana dica simples: ao pé de árvores, a terra pode ser preenchida com flores tipo maria-sem-vergonha ou margaridas - uma bela maneira de colorir a rua.

Troque o cinza As cores e formas também podem ser exploradas nos materiais do pavimento. Você pode simplesmente colorir o cimento ou aproveitar o branco da pedra portuguesa e dos tons terrosos dos tijolos para calçamento, por exemplo. Já a sensação de movimento vem da maneira como as pedras são dispostas no chão. Tudo é questão de bom senso e criatividade. Só não pode esquecer que o piso precisa ser antiderrapante, por medida de segurança. Muros de terrenos desocupados podem ser bem aproveitados. Se a proposta for boa, será difícil o dono do terreno se negar a deixar você e seus vizinhos pintarem o muro. Aí as alternativas vão desde o mutirão, em que os moradores pintam o paredão com uma cor básica, ou até mesmo um projeto mais bem bolado. Os moradores podem se cotizar e contratar grafiteiros profissionais ou reunir o pessoal da rua, principalmente as crianças, para criar um mural.

Em São Paulo, a ONG Cidade Escola Aprendiz ficou famosa por criar o Projeto 100 Muros. Com a ajuda de educadores e artistas plásticos, estudantes renovaram 100 muros da cidade, com tinta, pastilhas de vidro e cacos cerâmicos. "Criamos cenários para as pessoas voltarem para a rua. A idéia é que, quando a rua ganha um sentido positivo, a violência diminui. Acho que esse é um dos grandes trunfos do 100 Muros", afirma Celia Pecci, coordenadora do Cidade Escola Aprendiz.

Os frutos do desejo O que há por trás do terreno baldio é outro problema que também tem solução. Incomodado com a sujeira do terreno em frente da sua casa, o administrador de empresas Hans Dieter Temp pediu que o proprietário emprestasse o espaço de 250 metros quadrados para fazer uma horta. Apesar da incredulidade da maior parte dos moradores, Hans conseguiu, com ajuda de adolescentes da própria rua, criar uma horta no Jardim das Laranjeiras, em São Paulo. "Comprei sementes, pedi terra a empresas de terraplenagem, fiz um sistema de irrigação e aí está o resultado. Temos temperos e verduras orgânicas que são vendidas para o pessoal da rua e ainda pagam a manutenção e o salário dos meninos que trabalham na horta", diz Hans, que já fez mais duas hortas no bairro. A iniciativa lhe rendeu até emprego novo. Da Secretaria Municipal de Relações Internacionais, onde trabalhava, foi transferido para a Secretaria Municipal do Meio Ambiente. No novo emprego, ele participa da criação de - adivinha - hortas urbanas. A primeira feita sob sua orientação ocupa 7 mil metros quadrados sob um viaduto. Essas histórias dão pistas para você levar para a porta da sua casa um pouco da beleza e do alto-astral que você cultiva dentro dela. A dica mais valiosa, porém, é ter firmeza no seu desejo. Muitas vezes, é mais fácil pedir ajuda aos vizinhos. Então, toque a campainha e convide as pessoas. Quem já trilhou esse caminho diz que, além de embelezar a rua e humanizar a vizinhança, tal atitude dá uma agradável sensação de estar fazendo algo importante para si e, principalmente, para os outros.

Use a regra a seu favor 1. Toda calçada deve ter uma área de pelo menos 90 centímetros pavimentados para pedestres, carrinhosde bebê e cadeiras de rodas. Já que tem que fazer, por que não botar alguma intenção e deixar bonito? 2. É proibido, por lei, arrancar ou podar árvores sem autorização da prefeitura. Em compensação, em muitos casos a prefeitura faz o serviço para você, basta pedir.

3. Consulte a prefeitura antes de instalar na rua ou na praça qualquer equipamento (como um banco). Lembre-se: ao menos em tese, as restrições servem para garantir o conforto de todos.

4. O poste é patrimônio da companhia de energia elétrica. É proibido pintá-lo sem autorização. Além disso, quem não tem conhecimento técnico pode levar um choque elétrico.

5. Use o bom senso, os conselhos da prefeitura ou de um paisagista na escolha do canteiro para a calçada. Espécies com espinhos ou pontas podem machucar os pedestres, as crianças do vizinho (ou as suas).

6. Converse com seus vizinhos. Quem sabe eles não topam a empreitada e todos usam o mesmo pavimento nas calçadas, dando continuidade visual à rua.

7. Se for adotar uma praça, tenha em mente o público que já freqüenta o espaço e as pessoas que você vai atrair com eventuais modificações.

8. Enquanto a praça está sob sua responsabilidade, você pode ser até multado se não cuidar bem dela. Mas a adoção não é um encargo eterno. Se você não quiser mais cuidar da praça, pode transferir a tarefa para outra pessoa ou devolver a área para a prefeitura.

9. A lista de árvores recomendadas para plantio na calçada dá uma idéia de como há muito a ganhar no espaço público, apesar das restrições. Basta imaginar o que é ter em frente de casa um exemplar de resedá, flamboyantzinho, ipê-amarelo, ipê-roxo, angelim-doce, pitangueira ou faveira



Para saber maisConsultoria e dicas

• Arborização urbana http://educar.sc.usp.br/biologia/prociencias/arboriz.html

• Tipos de pavimentos para calçadas www.amendolaeng.com.br/dicas_calcadas.asp

• Plantio de flores, plantas, árvores e ervas www.jardimdeflores.com.br/

• Ciro Schunemann, grafiteiro com contatos de artistas de todo o país ciroschu@uol.com.br, (11) 9132-3172



Experiências de sucesso

• Cidade Escola Aprendiz www.aprendiz.org.br, (11) 3813-7719

• 100 Muros: Relato de uma Experiência, Editora Projeto Aprendiz

• Movimento Defenda São Paulo, defendasp@uol.com.br, (11) 3044-7172

• Associação dos Amigos das Praças da Rua Curitiba e Entorno, (11) 3884-2138

• Associação dos Moradores e Comerciantes da Rua Matheus Grou, www.amcmg.org.br

Serviços públicos • Adoção de praças e poda de árvores da Prefeitura de Porto Alegre http://servicos.portoalegre.rs.gov.br

• Fundação de Parques e Jardins da Prefeitura do Rio de Janeiro www.rio.rj.gov.br/fpj

• Prefeitura de Vitória (serviço de poda) www.vitoria.es.gov.br/secretarias/meio/poda.htm

• Prefeitura de Curitiba www.curitiba.pr.gov.br

• Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Porto Alegre www.portoalegre.rs.gov.br/smam/

• Secretaria Municipal de Meio Ambiente de São Paulo http://portal.prefeitura.sp.gov.br/secretarias/meio_ambiente/qualidade_ambiental/0024





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Há 40 anos, quando se mudou com a mulher para o bairro paulistano da Mooca, Aldo D'Angelo achou que faltava vida na sua nova rua. As únicas quatro casas que haviam ali ficavam de frente para um morro poeirento e cheio de mato, uma vista desolada. Não demorou para o engajado Aldo pedir para a prefeitura construir uma praça no lugar da elevação. Junto com os técnicos, desenvolveu o projeto da área verde e, desde que a praça existe, ele é responsável por sua conservação. Há quatro décadas. Dito assim, parece muito tempo e muito trabalho, mas ele tirou bastante proveito da mudança na paisagem.



Para Aldo, e para tantos outros cidadãos que se dedicam a cuidar do entorno de sua casa, é importante ter uma rua tão agradável quanto a própria sala de visitas. Gente como Aldo acredita que conservar a rua é uma contribuição razoável para melhorar a qualidade de vida nas cidades. Eles não se preocupam em saber se, em cidades como São Paulo, Belo Horizonte, Curitiba e Porto Alegre, por exemplo, leis municipais os obrigam a cuidar da calçada. Eles simplesmente abrem o portão e agem. "Embora a rua seja pública, o proprietário responde pela conservação da calçada. Quem vê isso com bons olhos tem uma ótima oportunidade de cuidar da sua rua", afirma Regina Monteiro, urbanista e diretora-executiva do Movimento Defenda São Paulo. O que Regina quer dizer é o seguinte: em vez de torcer o nariz, achando que é dever da prefeitura conservar a rua, cada cidadão pode transformar essa obrigação em benefício não só para a sua própria rua, mas para o bairro.



É verdade que as prefeituras têm regras que impedem algumas idéias, mas elas também oferecem soluções, pessoal especializado e até dão uma boa força para quem se interessa em ajudar. Quer ver?



A praça é nossa

Em 2001, a Associação de Moradores e Comerciantes da rua Mateus Grou, no bairro paulistano de Pinheiros, reurbanizou a área sob um viaduto que cobre um trecho da rua. Os sem-teto que viviam ali foram transferidos para asilos, o lixo foi retirado e grandes floreiras preencheram o espaço vazio. Um ano depois, a associação conseguiu da prefeitura o direito de explorar um terreno baldio na mesma rua. "O local tinha de tudo: vestiário de construtora, bar clandestino, barraco de posseiro e até ponto de drogas", diz o presidente da associação, Luís Eugênio de Mello Dall'Olio. Hoje, a área de 900 metros quadrados virou uma bela praça. Tem grama, árvores, plantas, bancos, playground e quadras poliesportivas. O espaço foi construído na base do entusiasmo e da perseverança de gente como Luís e de membros da associação, que buscaram na iniciativa privada o dinheiro para a obra. A atmosfera da vizinhança mudou. "Eu tinha vergonha de falar onde morava. Hoje tenho orgulho", afirma Daisy de Paula Tricca, conselheira da associação.

Tudo bem, talvez você não tenha disposição para construir uma praça do nada, mas pode adotar uma. Em cidades como São Paulo e Belo Horizonte, as prefeituras permitem que o cidadão seja responsável pela conservação desse tipo de espaço público. "Empresas ou pessoas físicas podem cuidar de uma praça. Basta entrar com o pedido na prefeitura ou subprefeitura", afirma a urbanista Regina Monteiro, de São Paulo. Aldo, por exemplo, não cuida sozinho de sua praça, quer dizer, da Praça Padre Mário Fontana. Ele faz parte de uma cooperativa, ainda que informal. "A cada dois meses chamamos uma paisagista e ela deixa tudo bem bonito. É o 'dia da noiva' da nossa praça." Os custos são rateados entre os moradores.



Dependendo do estado da praça, a adoção é dispendiosa, mas compensa. "A satisfação pessoal de se envolver num projeto desses não tem preço", diz Cleito Christovam Natali, presidente da Aprace (Associação dos Amigos das Praças da Rua Curitiba e Entorno), também em São Paulo. Em março, começaram as obras de reurbanização de 7 mil metros quadrados de duas praças do bairro paulistano de Vila Mariana, administradas pela Aprace. A reforma vai custar nada menos que 250 mil reais e será paga pelos associados. "Estou com 82 anos e esta cidade me deu muita coisa. Agora retribuo, dando um pouco do que ganhei aos moradores e às futuras gerações", afirma Cleito.



Se cuidar de uma praça é trabalhoso e dispendioso, uma alternativa é doar brinquedos para fazer um playground. Você faz a solicitação junto à prefeitura ou subprefeitura do seu bairro e a autorização sai após a análise do local. Os brinquedos, claro, precisam atender às normas municipais, por uma questão de segurança. Depois de instalados, passam a ser patrimônio público, mas é você quem tem que conservá-los e nunca poderá retirá-los da praça, nem reclamar com alguém que quebrou um brinquedo.



Plante uma idéia

Sua rua não tem praça? Tudo bem. Tem muita coisa bacana para fazer. Calçada verde, por exemplo, que é bonita e ainda reduz a impermeabilização do solo da cidade. Outras opções são canteiros junto ao muro, com arbustos, para criar uma cerca viva, um painel verde. Enfeite com flores e plantas de folhagem colorida. Próximo ao meio-fio, plante árvores, mas cuidado. Espécies que crescem muito podem prejudicar a rede elétrica e as que criam raízes profundas podem interferir na rede de água e esgotos - além de estragar o piso da calçada. Então, antes, contate a prefeitura para saber o que plantar e se é permitido plantar (veja dicas de plantas, flores e árvores no quadro da página 59).

As casas de muro baixo são perfeitas para as pessoas integrarem sua moradia à calçada. "No jardim, os moradores podem colocar casinhas de passarinho com alpiste ou frutas para atrair aves ou plantar espécies frutíferas. Numa árvore grande, por que não colocar um balanço?", sugere a urbanista Regina Monteiro. Ela ainda completa dando uma bacana dica simples: ao pé de árvores, a terra pode ser preenchida com flores tipo maria-sem-vergonha ou margaridas - uma bela maneira de colorir a rua.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Ciberativismo


Ciberativismo é uma forma de ativismo realizado através de meios eletrônicos, como a informática e a internet. Na visão dos que o praticam, o ciberativismo é uma alternativa aos meios de comunicação de massa tradicionais, permitindo-lhes "driblar" o monopólio da opinião publica por estes meios, ter mais liberdade e causar mais impacto, ou é apenas uma forma de expressar suas opiniões.


Ciberativismo 

Na década de 90, a internet chegou mostrando a facilidade de conectar pessoas diferentes em diversas partes do mundo e logo se tornou popular. A velocidade que as informações levam para ir de um extremo ao outro chamou atenção e despertou o interesse, incluindo a de ativistas que divulgavam suas idéias através de outros meios de comunicação. Foi então que surgiram os primeiros vestígios do ciberativismo.

O Ciberativismo geralmente busca apoio para suas causas (que costumam ser de cunho ambiental, político ou social) através da Internet e de outros meios mediaticos; divulgam e abrem espaço para discussões, procurando algumas vezes estabelecer uma rede de solidariedade. A utilização das informações na Internet passou a ter maior visibilidade até mesmo pelo baixo custo e eficácia na resposta a curto, médio e longo prazo pela comunidade virtual.
Apesar de estar basicamente tudo à distância de um clique, não quer dizer que o ciberativismo se restrinja apenas a isso. Além do virtual, ainda é necessária a existência do ativismo real, por um ainda ser muito dependente do outro e ambos fazerem parte de um processo que se completa. É preciso também, o comprometimento e conhecimento do ativista pela causa que se está lutando e não apenas um clique a mais ou a menos.
O que acontece no nosso mundo real, muitas vezes pode ser reproduzido virtualmente de formas semelhantes, como, por exemplo, a existência de passeatas, abaixo assinados, petições e atos de vandalismo na web. Alguns sites foram invadidos e pichados, levando a marca do invasor ou tendo seu conteúdo modificado. Já as passeatas virtuais são feitas na intenção de boicotar um site impedindo que outras pessoas possam acessar, através de acordos de data e horário para entrar em determinado site.
Atitudes semelhantes se aproximam das ações da Mídia táctica ou “faça você sua própria mídia”, mais ou menos como o principio do punk, incentivando cada pessoa ou cada grupo que deseja tomar uma atitude, ou divulgar suas idéias, a fazerem por eles próprios de novas formas ou utilizando os mesmos meios de forma criativa, sem esperar que outros tomem uma atitude. A desmistificação da mídia e a quebra dos padrões de informações que se restringem a certos grupos sociais ou intelectualizados.
Existem alguns grupos aqui no Brasil,e um dos destaques é o Centro de Mídia Independente. Ele divulga notícias, textos e denúncias a toda hora enviados pelos voluntários cadastrados no site que , segundo eles, devem oferecer “notícia alternativa e crítica de qualidade que contribua para a construção de uma sociedade livre, igualitária e que respeite o meio ambiente.” O site é uma versão brasileira do Indymedia, apresentado em vários idiomas, incluindo o português.
Alguns grupos se encaixam no que se pode chamar de “guerrilha midiatica” a fim de desmascarar a mídia, mostrando o quanto ela não é confiável, a fragilidade da verdade oficial nas notícias transmitidas. Luther Blissett é um exemplo de um pseudônimo usado por muitos ativistas na realização de denuncias nesta guerrilha. Este nome vem sendo utilizado desde 1994 na Itália e se alastrou pelo mundo. Tornou-se famoso, um herói popular devido as suas ações como intervenções, cartas, falsas noticias, livros; tudo assinado por L.B.
As noticias da primeira aparição ativista social que se tem noticia, são do Exército Zapatista de Libertação Nacional, 1994, em listas de discussão, e-mails e site FTP (Protocolo de Transferência de Arquivos), mas só em 1996 criaram sua própria homepage onde podiam reivindicar os direitos indígenas ao mesmo tempo em que aproximavam seu discurso ao de novos movimentos sociais esquerdistas e ampliavam o seu campo de batalha.
O Greepeace tem seu site e pratica o ciberativismo desde 1998, sendo que mais da metade dos seus atuais colaboradores podem ajudar e participar através da Internet. Uma das causas defendidas por ele é Moratória da soja, que impede a comercialização da soja cultivada em áreas de desflorestamento da Amazônia. Causas como a proteção do oceano, diminuição da poluição, energias renováveis, animais em extinção, entre outras, também são defendidas.
Hoje em dia os sites ciberativistas são muitos e estão espalhados pelo mundo inteiro. O do MST (Movimento sem terra) hoje é um site de grande alcance, com tradução para outros idiomas, espalha seus ideais dentro e fora do Brasil, sempre evitando usar estrangeirismos. Outros projetos podem ser acessados em sites como Anistia internacional, que mantém uma campanha contra a violência que atinge as mulheres no Iraque, onde pode-se enviar uma carta ao primeiro-ministro iraquiano Nuri Kamil ou o SOS Mata Atlântica em que plantar uma árvore esta a distância de um clique no mouse.

Parque para cães






Parques para cães 









Enquanto os cães correm livremente e interagem com outros animais, seus donos fazem novos amigos, trocam dicas e promovem atividades, como feiras de adoção e concursos. É o que acontece nos “parcães” ou cachorródromos, espaços em áreas públicas onde os animais podem ficar soltos. Com tanto bicho reunido, implantam- se regras de bom senso entre os usuários, como manter a vacinação em dia, não levar cadelas no cio (para evitar brigas) e, claro, recolher os indesejáveis dejetos de seus pets. Conheça algumas cidades que já contam com parques do tipo para levar seu amigão:
Rio de Janeiro
>> Só nos fins de semana, o Parcão da Lagoa recebe cerca de 700 cães. A área foi disponibilizada para adoção da iniciativa privada pela Fundação Parques e Jardins, da Prefeitura do Rio, e três petshops cuidam da manutenção da área. Av. Epitácio Pessoa (próximo ao Corte do Cantagalo). Horário de funcionamento: livre (melhor ir aos sáb. e dom., das 9h às 12h e das 16h às 18h). Informações: (21) 22861042
Curitiba
>> Quando passeava com seu cocker spaniel pelo bairro Centro Cívico, o advogado Levy Lima Neto viu um quintalzão verde, cercado por árvores – um paraíso para cães. Não demorou para outros donos passarem a levar os bichos para brincar no local. R. Manoel Eufrásio, altura do 1500. Horário de funcionamento: livre (melhor aos sáb. e dom., das 15h às 18h). Informações: acesse a comunidade Parcão Curitiba no Orkut
São Paulo
>> O cachorródromo do Ibirapuera, em São Paulo, também foi adotado como espaço para a cachorrada brincar. E ninguém tem desculpa para não limpar o cocô do seu pet: frequentadores penduram puxa-sacos pelos postes e árvores do terreno. R. Curitiba, s/n, ao lado do Círculo Militar (próximo ao Obelisco). Horário de funcionamento: das 8h às 17h. Informações:www.caosolidario.com. Débora Didonê